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Há histórias que o tempo não apaga, apenas as torna mais luminosas. Entre tantas vidas que se cruzam e se perdem no correr dos dias, há aquelas que permanecem como faróis de ternura e exemplo — e assim é a história de Eudoro Santana e sua amada esposa, a divina Ermengarda. Um amor que floresceu na juventude e resistiu às marés do tempo, atravessando décadas com a serenidade dos que compreenderam o verdadeiro sentido de estar juntos.

Setenta anos de cumplicidade, de risos compartilhados e silêncios compreendidos, de sonhos erguidos lado a lado, com a sabedoria de quem soube transformar a vida em um ato contínuo de amor e respeito. Eudoro e Ermengarda construíram um amor sólido, não feito de aparências, mas de essência — daqueles que não precisam de declarações diárias, pois estão gravados no olhar, no gesto simples, na presença constante.
Ele, homem de fibra e coração generoso, sempre guiado pela ética, pela fé e pela sensatez. Um amigo leal, de palavra firme, que sempre carregou em si o dom raro da escuta e da empatia. Ela, Ermengarda, é a doçura que equilibra, o amparo que acolhe, o sorriso que transforma o cotidiano em bênção. Juntos, fizeram da vida um poema, um exemplo de parceria e delicadeza em tempos tão apressados e desatentos ao amor verdadeiro.

Nos dias atuais, quando tudo parece efêmero e raso, a união de Eudoro e Ermengarda é um sopro de esperança. Mostra que o amor não se mede pela intensidade do começo, mas pela constância do caminhar. Que o respeito é a base de toda convivência duradoura. E que o verdadeiro encanto está em envelhecer ao lado de quem continua sendo casa, abrigo e horizonte.

Hoje, suas mãos entrelaçadas contam mais do que palavras. São a prova viva de que o amor, quando cultivado com fé, paciência e generosidade, não conhece fim — apenas se transforma em eternidade.
E assim, Eudoro e Ermengarda seguem — serenos, luminosos, de alma entrelaçada. Dois seres que, ao se encontrarem, fizeram o tempo entender que o amor, quando é verdadeiro, não envelhece. Apenas amadurece, como o vinho raro das memórias felizes.

Um exemplo para todos nós: de que é possível amar por uma vida inteira — e ainda assim, ao final dela, continuar dizendo com o mesmo brilho nos olhos de outrora:
“Eu escolheria você outra vez.”