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(Foto: SEBASTIÃO BISNETO)



No quadro, Dom Aloísio Lorscheider sorri, caminhando sobre uma cruz. O sofrimento é o caminho para a libertação, como explica a inscrição que também está no quadro: "Na cruz, a salvação e a vida".

A mesma escolhida por ele, quando foi ordenado bispo. Além deste, outros objetos, como toalhas bordadas com seu nome, camisas pretas e até medicamentos estão até hoje na casa onde ficou hospedado da última vez que esteve em Fortaleza, de agosto a outubro de 2006, no Seminário Arquidiocesano São José, do Antônio Bezerra. "Ele queria fugir do frio", lembra o Reitor do Seminário, padre Almir Magalhães.

De acordo com ele, também estão lá a geladeira, o birô, a cama e o guarda-roupa. "Ele já veio debilitado. Apesar de ser uma pessoa simples, a gente procurou dar mais dignidade", recorda o padre. Ele conta que, logo após a chegada, dom Aloísio foi internado, por causa de uma pneumonia. Quando retornou à casa, permaneceu por apenas cerca de 15 dias. Hoje, o mesmo quarto é usado pelo reitor. Como ele mesmo cita, o Seminário Arquidiocesano São José é uma das constribuições deixadas por dom Aloísio.

Incluem-se no legado, o Instituto Teológico Pastoral (Itep) - que funciona no Seminário da Prainha -, Seminário de Teologia do Castelão e o Seminário Propedêutico, que leva seu nome. A construção dos seminários representa a dedicação de dom Aloísio à Igreja. "Uma das grandes obras de dom Aloísio foi dar impulso à formação de sacerdotes. (...) Ele tinha uma visão extraordinária de Igreja e a amou profundamente. Como sacerdote, ele se preocupou muito com a formação dos presbíteros", afirma padre Amado Vanegaf Gomez, reitor do Seminário de Teologia do Castelão.

Mas, conforme destaca padre Almir Magalhães, Dom Aloísio deixou como herança, aos irmãos de sacerdócio, a dedicação aos estudos, a defesa dos direitos humanos e a atenção dedicada a qualquer um. "As pessoas se sentiam valorizadas. Isso é um legado para o clero", opina.


Fonte: O POVO