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Tutelar
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Autora:
Nilmara Barroso
Universitária |
O
Caminho da "Libertação"
da Mulher
Com
a implantação do capitalismo no
século XVIII e XIX, propiciou-se que
a mulher desse os seus primeiros passos rumo
a sua libertação, pois neste,
sua participação na produção
coletiva nas indústrias tornou-se possível
e necessária.
Neste
sistema onde o lucro é o mais importante,
o latifúndio avança e as familias
do campo são empurradas para a cidade
onde são exploradas pelo capitalismo
que os impõem salários miseráveis
e por conseqüência à péssimas
condições de vida.
Diante
desse quadro, as mulheres passam a sair dos
seus lares e vão para as fábricas
em busca da complementação da
renda familiar. Estas trabalham sob extensa
carga horária, sem lei de proteção
à mulher trabalhadora e em condições
insalúbres e isso as fazem integrar-se
nos movimentos sindicais e junto ao homem trabalhador
lutam diante da violenta expropriação
do capitalismo.
Homem
e mulher criam forças juntos, indentificam-se
contribuindo assim
para o início da mudança do conceito
sobre o papel da mulher na sociedade. É
o início de um novo olhar sobre esta
que agora não é só e apenas
esposa do lar e sim agora companheira do homem.
Porém
a burguesia com o interesse do superlucro não
via esta aliança com bons olhos pois
para eles o homem sozinho, sem ter ninguém
para junto com ele dividir os custos de manutenção
familiar se sentirá sozinho, fraco e
temerá ir à luta, pois se for
demitido quem garantirá o pão
de cada dia? E é por terem essa visão
que até os dias de hoje esses mesmos
donos dos meios de produção, resistem,
pagando para as mulheres salário inferior
aos dos homens, não as qualificam como
mulher trabalhadora, não cumprem as leis
de proteção ao trabalho feminino
e à maternidade, não interessando
a eles que o Estado através dos impostos
recolhidos invistam em creches, pré-escolas,
assistencia à maternidade e aos filhos.
E ainda exigem que sejam solteiras e sem filhos
e quando os têm forçam-na a integrar-se
na produção como se homem fosse,
ou no mínimo assexuada, mas não
deixam de usar o seu poder de patrão
para avançar na intimidade, no assédio
e ainda mais, fazem-na sentir-se culpada de
deixar os filhos e a família em casa
para cuidar de seu interesse "individualista"
de ter um emprego, uma profissão.
Toda
essa pressão sobre estas mulheres as
leva a um grau desumano de exploração
de sua mão de obra e muitas vezes sucumbem
a tal pressão deixando o seu emprego
ou incorporando a ideologia da classe dominante
de que seja remunerado o trabalho doméstico,
como se esse fosse o caminho para sua valorização
como ser humano, não percebendo que só
estão, com isso, acatando erroneamente
a essa ideologia, ao interesse da classe dominante
de que ela não esteja no ambiente do
trabalho fora de asa, nas ruas. Passando também,
ao serem obrigadas a se submeter, culpando o
machismo do marido e a sua falta de reconhecimento
de seu trabalho, da sua valorização
como provedora a se colocarem em oposição
ao seu companheiro e forte aliado pela valorização
do trabalho e pelo fim da exploração
do homem pelo homem, contribuindo assim para
a divisão da classe trabalhadora.
Nilmara Barroso
é Estudante, Militante da JR8 (Juventude
Revolucionária 8 de Outubro) e colunista
do site do bairro Antônio Bezerra.
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