Angelita de Sousa Lima

   Meu nome é Angelita de Sousa Lima e tenho 82 anos. Nasci no local onde hoje fica é o Polivalente e morei lá durante 15 anos.

No tempo em que vim morar aqui a Igreja era pequena. Nós conhecíamos muita gente aqui no Antônio Bezerra e todos da família nos casamos na paróquia de Antônio Bezerra.

Quando a minha mãe construiu a casa em que viemos morar, não havia nenhuma casa por perto senão a tapera do Chico Gama que era onde funciona o mercantil do Luciano.

O local onde existe agora o Campo do Rio Branco antigamente era só mata. A gente pedia que se fizesse um mercado ou uma igreja, mas fizeram um campo.

O Rio Branco foi fundado pelo meu marido, o Tenente João, e pelo Tenente Araújo. Nesse tempo só havia jogador bom. Havia muitos torneios no campo e festas no Clube do Rio Branco. Minha mãe, Dona Maria do Abílio, dançava muito nas festas do clube.

Naquele tempo tudo isto aqui era mata. A gente saía à meia-noite com a lamparina para ir buscar àgua na lagoa.

A minha mãe também era muito procurada para rezar nas pessoas. Minha mãe quando faleceu, há alguns anos atrás deixou muitas saudades aqui no bairro de Antônio bezerra. Tem gente que passa e diz: "Me lembro tanto da vó!"

O cemitério, eu conheci desde que começaram a fazer. Perto do cemitério havia uma família que fazia panelas de barro e a gente ia comprar panelas lá. Eram os "canelas-de-ferro".

Naquele tempo só tinha o Patronato, bem pobrezinho, dirigido pela irmã Justina e o padre Godinho. Depois virou internato e eu não entrei mais lá.

Tive dez filhos. Todos criados aqui no Bairro Antônio Bezerra. Sete nasceram aqui e três no interior. Casei em 19/03/1946. As minhas filhas todas estudaram no colégio São Francisco.