Praça Pe. Josefino Cabral
1 – Bairro: Antônio Bezerra.
2 – Localização: Ruas São Vicente, Padre Perdigão, Tomaz Rodrigues e Professora Raimunda Adélia. Em frente ao Grupo Joaquim Nogueira.
3 – Histórico da criação: Lei 1671/16/12/1960, publicada no D.O.M 2085/26/12/60. Gestão do prefeito Manoel Cordeiro Neto, Secretário Raimundo Girão.(Nomenclatura de 1960).
OBSERVAÇAO: Na década de 70 a Praça era ativada. Já está nela construída uma delegacia policial. Possui uma quadra de esportes, pista de Skate e um centro comercial.
4 – Dados biográficos do titular:
Nasceu em Taguaruçu, Minas Gerais, a 4 de fevereiro de 1895.
Era filho de Josefino de Ávila Cabral e de D. Guilhermina Idalina de Lima Cabral. Dizem ter sido uma criança dotada de grande percepção, de inteligência rara.
Escolhendo a carreira eclesiástica, entrou para o Seminário de Petrópolis a 17 de abril de 1913; por ocasião, terminou o curso de professor em 17 de abril de 1915, tendo lecionado no seminário daquela cidade de 1921 a 1923.
Em 1916 foi para Dax, na França, seguindo em 1919 para Roma, onde se ordenou no dia 3 de abril de 1920.
Ainda na Itália, cursou o “Pontificium Institutum Internationale Angelicum” (Pontifício Colégio Angélico dos Padres Dominicanos).
Paris e Roma foram portanto os dois pólos do saber. Chegou duas vezes laureado, em Doutor em Filosofia e em Teologia.
Em 1923 veio para o Ceará, trazendo-nos benefícios com sua inteligência ímpar, sua cultura inigualável.
Aqui, foi professor do Seminário de fortaleza(setembro de 1923) e, em 1942, Reitor desse Seminário até 1950.
Foi então para a Igreja de Antônio Bezerra, tendo-se ali transformado num grande batalhador em prol do desenvolvimento do Bairro. Dedicou-se com afinco á construção da Escola apostólica. A planta era dele; dele a administração; dele também as brigas quando as cousas não saíam nos planos dos seus traçados. E vimos a batina que devia ser rubra como a dos bispos, toda manchada de cal como as roupetas do pedreiros. E vimos o sangue dos trabalho pesados.
Em 1950, já com a saúde abalada, teve o pavor da inércia. Não voltou mais ao ensino. Consagrou-se aos trabalhos materiais. Quis terminar o Seminário Lazarista que ele tanto dignificou e estimou.
O Padre Cabral (nome com que era tratado) foi um grande mestre. A precisão com que dissecava uma tese, a concisão de uma resposta à altura, tornou-o querido e respeitado por todos os seminaristas, seus alunos. Nunca um só foi tão útil a tantos. E ao lado do saber estava a capacidade de trabalho.
Homem de caráter humilde, apesar de duas formaturas, nunca escrevia o Dr. Antes do nome nem queria que o tratassem por tal. Era simplesmente padre. Jamais se viu o seu anel de laureado. Fugia às festas sociais para conservar-se incógnito.
Piorando a saúde, teve de internar-se na Santa Casa , onde passou dois anos. Ia morrendo aos poucos. Paralítico, comentava com os amigos que nunca imaginou ter tanta paciência e resignação de ficar acamado, sem trabalhar.
Mortas as pernas, ameaçado de parar o coração, o cérebro trabalhava. Prostrado, escreveu os Estatutos de uma Associação de amparo aos pobres de Antônio bezerra, pediu e recebeu as primeiras ofertas.
Na véspera da morte fez uma compra de material elétrico.
Finalmente, no dia 13 de novembro de 1961, faleceu, cercado do carinho dos que compunham a Santa Casa, de seus amigos, dos coirmãos Lazaristas, das irmãs de Caridade, do clero secular, dos ex-alunos do Seminário, que mais se destacavam num testemunho de amizade.
Segundo seus biógrafos, “as lições não se perderam nos ventos do deserto; os seus ensinamentos continuam a ser bússola de nossa orientação moral. O seu exemplo, depois da morte, guia ainda os nossos passos. As emoções que nos sacodem a alma fazem-nos exclamar como o homem do povo diante do Mestre.- Nunca homem nenhum falou como este homem. Morrendo para o tempo, nasceu para a eternidade. Ele não morreu para ser destruído. Era um gênio e os gênios não morrem”.