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Autor: Pe. Almir Magalhães
Sacerdote e Pedagogo


A OPÇÃO PELOS POBRES NO DOCUMENTO DE APARECIDA


    
Geralmente vista com um olhar de suspeição por alguns, por ser considerada uma opção classista e fundamentada em categorias marxistas de análise da sociedade, o que levaria também a uma prática iluminada por esta teoria, a opção pelos pobres volta ao cenário da Igreja Latino-americana e Caribenha, no texto conclusivo fruto da V Conferência deste Episcopado, realizada em Aparecida de 13 a 31 de maio do ano em curso.

    É precisamente no Capítulo 8º do documento em tela que aparece a opção preferencial pelos pobres e excluídos, dentro de um quadro maior intitulado “o Reino de Deus e a promoção da dignidade humana”, em continuidade com as Conferências anteriores, constituindo-se “numa das peculiaridades que marca a fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha” (DA, nº. 391). Portanto, é caminho consolidado e sem volta, e sua consagração se dá de maneira especial porque se trata de uma opção verdadeiramente evangélica, implícita na fé cristológica. Ela nasce da nossa fé em Jesus Cristo, que se fez nosso irmão (cf. Hb. 2,11-12).

    O texto é incisivo e afirma que “hoje queremos ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres feita nas Conferências anteriores” (DA nº. 396) e explica no mesmo número o significado de preferencial: “ Que seja preferencial implica que deva atravessar todas as nossas estruturas e prioridades pastorais”, de onde se conclui que esta opção não pode se reduzir a uma prática das pastorais sociais e das CEB’s, mas de toda a Igreja.

    Esta opção tem implicações políticas, já que são várias as dimensões que ameaçam a vida destes nossos irmãos e irmãs. Neste sentido, apesar de incluir gestos solidários emergenciais, o texto os ultrapassa: “Ela há de se manifestar em opções e gestos visíveis, principalmente na defesa da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos, e no permanente acompanhamento em seus esforços para serem sujeitos de mudança e de transformação de sua situação” (DA, nº. 394). Percebam que entra aqui uma questão de cunho educativo, de trabalho com o povo, porquanto os pobres devem ser SUJEITOS, protagonistas, agentes de transformação, “evitando-se assim atitude paternalista” (DA. nº.397) da parte do agente externo, querendo fazer tudo por eles, impedindo que os mesmos cresçam em sua autonomia.

    Nossas pastorais sociais estão fragilizadas por falta de apoio; mesmo assim elas se fazem presentes no processo evangelizador, colocando todos os esforços na defesa da vida ameaçada dos pobres. O documento é sensível a esta realidade e coloca como missão das Conferências Episcopais e das Igrejas locais “promover renovados esforços para fortalecer uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral que, com a assistência e a promoção humana, se faça presente nas novas realidades de exclusão e marginalização em que vivem os grupos mais vulneráveis, onde a vida está ameaçada” (DA. nº. 401).

    Como resultado da globalização, o texto fixa o olhar no rosto de novos excluídos (apresenta mais de vinte em seu nº. 402) destacando entre estes alguns “rostos sofredores que doem em nós” dos números 407 a 430: pessoas que vivem nas ruas das grandes cidades, migrantes, enfermos (HIV-Aids), dependentes de drogas e detidos em prisão.

    Para estes casos, no nosso entendimento pastoral, se requerem mediações pastorais que ultrapassem o esquema da territorialidade paroquial, pois estas questões extravasam os estreitos limites jurídicos das paróquias. Neste sentido caberia bem aqui a criação de Vicariatos não territoriais.

    Como o próprio texto indica, “se essa opção está implícita na fé cristológica, os cristãos, como discípulos e missionários, são chamados a contemplar, nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles”... E continua “eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs” (DA. nº. 393).

    Vê-se, portanto que assumir esta opção não é tarefa fácil, especialmente porque estamos com uma prática pastoral que está marcada predominantemente por um sacramentalismo limitado ao templo, por um conceito de evangelização reducionista, com pouca incidência nas questões sociais, por uma burocracia que dificulta a presença junto aos mais pobres. Tudo isto vai exigir uma renovação da Igreja e que o documento chama de CONVERSÃO PASTORAL – “Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” (DA, 365). Diante de novos desafios e da fidelidade ao Espírito Santo que é o protagonista da missão é que “nasce a necessidade de uma renovação eclesial que implica reformas espirituais, pastorais e também institucionais” (DA, nº. 367).

    Agora é tempo de recepção deste documento e acima de tudo abrir-se ao sopro do Espírito e o que Ele diz para a Igreja da América Latina e do Caribe. Isto exige mudança de mentalidade, “pentear o cabelo ao contrario”. O convite no momento é para se conhecer o documento.

PADRE ALMIR MAGALHÃES.

Pe. Almir
é sacerdote da Arquidiocese de Fortaleza, reitor do Seminário Arquidiocesano São José (Filosofia), professor de Teologia Pastoral I e II do Itep e mestre em Missiologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma e colunista do site do bairro Antônio Bezerra.

 

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